Desvendando a epigenética Inspire article

Tradução de Isabel Queiroz Macedo. A nossa informação genética está codificada no DNA, mas isso é apenas parte da história.

O nosso organismo contém centenas de tipos de células diferentes, que partilham exactamente o mesmo DNA. Então, como é que um neurónio e uma célula da pele têm aspectos e funções tão diferentes?

Por outro lado, consideremos gémeos idênticos. Eles são parecidos e têm a mesma informação genética, mas na realidade não são iguais.

Tal como as nossas células, os gémeos são geneticamente idênticos, mas epigeneticamente diferentes. Isto significa que as variações resultam de diferenças na expressão genética (se um gene é ligado ou desligado), e não de alterações no genoma.

A metilação do DNA desempenha um papel importante na regulação epigenética, tanto durante o desenvolvimento como no cancro.
Imagem cortesia de Christoph Bock (Max Planck Institute for Informatics); fonte: Wikimedia Commons
 

Em suma, o DNA é marcado (como se o marcássemos com uma caneta marcador), o que determina se o gene é ou não transcrito e traduzido na proteína correspondente. Há três sistemas que podem inibir, ou “silenciar”, genes, e qualquer desregulação destes sistemas pode levar a doenças, como o cancro.

A regulação epigenética é particularmente importante durante o desenvolvimento, mas continua a ter efeito na idade adulta. O nosso ambiente, e particularmente a nossa dieta, podem mudar o nosso epigenoma. Mas, o que é ainda mais surpreendente é que essas mudanças epigenéticas podem ser transmitidas à geração seguinte.


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